terça-feira, 21 de setembro de 2010



CONTÍNUA BUSCA DA FELICIDADE


E, nessa procura, percorremos caminhos que nem sempre nos levam a ela...
Muitas vezes afastam-nos cada vez mais do ponto onde a felicidade se encontra...
Aprendemos a querer coisas que na verdade não queremos...
Numa total incoerência com a nossa natureza...
Desde crianças que somos levados a acreditar que a felicidade será encontrada em coisas fora de nós...
E são-nos dadas, ao longo dos tempos, muitas fórmulas possíveis, prontas...
E muitos caminhos que apontam para a tão procurada felicidade...
E acabamos por acreditar que, fora daqueles padrões e daqueles conceitos, não existe a menor hipótese de ser feliz... E vamos por aí, conquistando coisas... Cargos... Status... Stress,... Menos a felicidade...

Dá-nos um sentimento de vazio quando constatamos que não era bem aquilo que esperávamos...
Uma sensação de ter vencido a corrida e não ter levado o prêmio...








Mas... A voz do ego chama-nos de muitas formas... Cada vez mais atrativas e mais convincentes e, de novo, embarcamos nessa procura... Que não tem ligação com a nossa vontade mais profunda...
E podemos ficar perdidos no meio de tantos chamamentos do ego...
Tentando chegar aos muitos finais onde existem as promessas que nunca se cumprem e que, cada vez mais, nos afastam da felicidade... Ou podemos escolher escutar uma outra voz...

Uma voz que nos fala suavemente, convidando-nos a descobrir o nosso próprio caminho...

Sem receitas prontas e aonde cada um vai escrevendo a sua própria história...

É a voz da Alma...

Para seguir esse chamamento da alma é preciso coragem... Desapego, além de muita Fé.

Coragem, porque em algumas alturas precisamos abrir a nossa própria estrada...

Passar por onde ninguém passou...





FALSA BUSCA DO EU

Procurando, nos mergulhos profundos, as pistas que indicam a direção do próximo passo...

Desapego dos conceitos... Das regras e, principalmente, do ego...

É preciso desaprender muitas das coisas que aprendemos...

E deixar espaço para as coisas novas e que fazem sentido para a nossa história...

E fé, para confiar nos caminhos que a Alma nos indica...

Sabendo que aqui não existem os limites da nossa mente racional, e que os impossíveis se podem tornar possíveis quando menos esperamos... Quando nos abrimos para seguir a voz da Alma...

Aos poucos, vamos descobrindo que a felicidade não se encontra nos prometidos finais...

Mas em cada passo em que estamos em sintonia com o nosso propósito Divino...


A RODA DA É A RODA DA "MORTE




FELICIDADE NÃO É UMA CONTÍNUA BUSCA

Vamos percebendo que a felicidade é um atributo de cada um de nós, que aparece na medida em que nos vamos conhecendo melhor e nos aproximando de quem realmente somos... A felicidade aproxima-se de nós na medida em que nos aproximamos de nós mesmos...

E chega uma altura em que não conseguimos mais fugir do chamamento que vem da Alma...

Porque essa voz vai se fazendo tão presente e tão natural que percebemos que é a única voz que nos indica o caminho de volta para casa...


O CAMINHO NÃO É UM CAMINHO...




EU SOU O CAMINHO!

Escute a voz da sua alma e siga esses caminhos...

Assim, você vai perceber que, muito para além do conhecido, existem muitas possibilidades...

Até a de Ser feliz... “EGO, O FALSO CENTRO”.

“O primeiro ponto a ser compreendido é o ego”.

Uma criança nasce sem qualquer conhecimento, sem qualquer consciência de seu próprio eu.

E quando uma criança nasce à primeira coisa da qual ela se torna consciente não é ela mesma; a primeira coisa da qual ela se torna consciente é o outro. Isso é natural, porque os olhos se abrem para fora, as mãos tocam os outros, os ouvidos escutam os outros, a língua saboreia a comida e o nariz cheira o exterior.

Todos esses sentidos abrem-se para fora.

O nascimento é isso.


 DA DOR SURGE A BUSCA DA VIDA

Nascimento significa vir a esse mundo: o mundo exterior. Assim, quando uma criança nasce, ela nasce neste mundo. Ela abre os olhos e vê os outros. O outro significa o tu.
Ela primeiro se torna consciente da mãe. Então, pouco a pouco, ela se torna consciente de seu próprio corpo. Esse também é o 'outro', também pertence ao mundo. Ela está com fome e passa a sentir o corpo; quando sua necessidade é satisfeita, ela esquece o corpo. É dessa maneira que a criança cresce. Primeiro ela se torna consciente do você, do tu, do outro, e então, pouco a pouco, contrastando com você, com tu, ela se torna consciente de si mesma. Essa consciência é uma consciência refletida. Ela não está consciente de quem ela é. Ela está simplesmente consciente da mãe e do que ela pensa a seu respeito. Se a mãe sorri, se a mãe aprecia a criança, se diz 'você é bonita', se ela a abraça e a beija, a criança sente-se bem a respeito de si mesma. Assim, um ego começa a nascer.






Através da apreciação, do amor, do cuidado, ela sente que é ela boa, ela sente que tem valor, ela sente que tem importância. Um centro está nascendo. Mas esse centro é um centro refletido. Ele não é o ser verdadeiro. A criança não sabe quem ela é; ela simplesmente sabe o que os outros pensa a seu respeito.

E esse é o ego: o reflexo, aquilo que os outros pensam. Se ninguém pensa que ela tem alguma utilidade, se ninguém a aprecia, se ninguém lhe sorri, então, também, um ego nasce - um ego doente, triste, rejeitado, como uma ferida, sentindo-se inferior, sem valor. Isso também é ego. Isso também é um reflexo.

Primeiro a mãe. A mãe, no início, significa o mundo. Depois os outros se juntarão à mãe, e o mundo irá crescendo. E quanto mais o mundo cresce, mais complexo o ego se torna, porque muitas opiniões dos outros são refletidas.

O ego é um fenômeno cumulativo, um subproduto do viver com os outros. Se uma criança vive totalmente sozinha, ela nunca chegará a desenvolver um ego. Mas isso não vai ajudar.

Ela permanecerá como um animal. Isso não significa que ela virá a conhecer o seu verdadeiro eu, não.

O verdadeiro só pode ser conhecido através do falso, portanto, o ego é uma necessidade. Temos que passar por ele. Ele é uma disciplina. O verdadeiro só pode ser conhecido através da ilusão. Você não pode conhecer a verdade diretamente. Primeiro você tem que conhecer aquilo que não é verdadeiro. Primeiro você tem que encontrar o falso. Através desse encontro, você se torna capaz de conhecer a verdade. Se você conhece o falso como falso, a verdade nascerá em você.

O ego é uma necessidade; é uma necessidade social, é um subproduto social. A sociedade significa tudo o que está ao seu redor, não você, mas tudo aquilo que o rodeia. Tudo, menos você, é a sociedade. E todos refletem. Você irá à escola e o professor refletirá quem você é. Você fará amizade com as outras crianças e elas refletirão quem você é. Pouco a pouco, todos estarão adicionando algo ao seu ego, e todos estarão tentando modificá-lo, de modo que você não se torne um problema para a sociedade.

Eles não estão interessados em você. Eles estão interessados na sociedade. A sociedade está interessada nela mesma, e é assim que deveria ser. Eles não estão interessados no fato de que você deveria se tornar um conhecedor de si mesmo. Interessa-lhes que você se torne uma peça eficiente no mecanismo da sociedade. Você deveria ajustar-se ao padrão.

Assim, estão interessados em dar-lhe um ego que se ajuste à sociedade. Ensinam-lhe a moralidade. Moralidade significa dar-lhe um ego que se ajuste à sociedade. Se você for imoral, você será sempre um desajustado em um lugar ou outro...

Moralidade significa simplesmente que você deve se ajustar à sociedade. Se a sociedade estiver em guerra, a moralidade muda. Se a sociedade estiver em paz, existe uma moralidade diferente. A moralidade é uma política social. É diplomacia. E toda criança deve ser educada de tal forma que ela se ajuste à sociedade; e isso é tudo, porque a sociedade está interessada em membros eficientes. A sociedade não está interessada no fato de que você deveria chegar ao autoconhecimento.






O EGO É UMA FERRAMENTA

A sociedade cria um ego porque o ego pode ser controlado e manipulado. O eu nunca pode ser controlado e manipulado. Nunca se ouviu dizer que a sociedade estivesse controlando o eu - não é possível.

E a criança necessita de um centro; a criança está absolutamente inconsciente de seu próprio centro. A sociedade lhe dá um centro e a criança pouco a pouco fica convencida de que esse é o seu centro, o ego dado pela sociedade.


A CRIANÇA É IGNORANTE DO EU




POR ESSE MOTIVO ESTAMOS FORA DO CENTRO

Uma criança volta para casa. Se ela foi o primeiro lugar de sua sala, a família inteira fica feliz. Você a abraça e beija; você a coloca sobre os ombros e começa a dançar e diz 'que linda criança! você é um motivo de orgulho para nós.' Você está dando um ego para ela, um ego sutil. E se a criança chega em casa abatida, fracassada, foi um fiasco na sala - ela não passou de ano ou tirou o último lugar, então ninguém a aprecia e a criança se sente rejeitada. Ela tentará com mais afinco na próxima vez, porque o centro se sente abalado.

O ego está sempre abalado, sempre à procura de alimento, de alguém que o aprecie. E é por isso que você está continuamente pedindo atenção. Você obtém dos outros a ideia de quem você é. Não é uma experiência direta.

É dos outros que você obtém a ideia de quem você é...

Eles modelam o seu centro. Mas esse centro é falso, enquanto que o centro verdadeiro está dentro de você. O centro verdadeiro não é da conta de ninguém.

Ninguém o modela. Você vem com ele. Você nasce com ele.

Assim, você tem dois centros. Um centro com o qual você vê que lhe é dado pela própria existência. Esse é o Eu. E o outro centro, que é criado pela sociedade - o ego. Esse é algo falso, um títere, é um grande truque. Através do ego a sociedade está controlando você. Você tem que se comportar de uma certa maneira, porque somente assim a sociedade irá apreciá-lo.

Você tem que seguir determinadas condutas, uma moralidade, um código. Somente assim a sociedade o apreciará, e se ela não o fizer, o seu ego ficará abalado.

E quando o ego fica abalado, você já não sabe onde está. Já não sabe quem é.

Os outros deram-lhe a ideia. E essa ideia é o ego. Tente entendê-lo o mais profundamente possível, porque ele tem que ser jogado fora. E a não ser que você o jogue fora, nunca será capaz de alcançar o eu. Por estar viciado no falso centro, você não pode se mover, e você não pode olhar para o eu.

E lembre-se: vai haver um período intermediário, um intervalo, quando o ego estará se despedaçando, quando você não saberá quem você é, quando você não saberá para onde está indo; quando todos os limites se dissolverão.








O CAOS É A ANARQUIA DO EGO

Devido a esse caos, você tem medo de perder o ego. Mas tem que ser assim. Temos que passar através do caos antes de atingir o centro verdadeiro. E se você for ousado, o período será curto. Se você for medroso e novamente cair no ego, e novamente começar a ajeitá-lo, então, o período pode ser muito, muito longo; muitas vidas podem ser desperdiçadas...


Até mesmo o fato de ser infeliz lhe dá a sensação de "eu sou". Afastando-se do que é conhecido, o medo toma conta; você começa sentir medo da escuridão e do caos - porque a sociedade conseguiu clarear uma pequena parte de seu ser... É o mesmo que penetrar numa floresta.

Você faz uma pequena clareira, você limpa um pedaço de terra, você faz um cercado, você faz uma pequena cabana; você faz um pequeno jardim, um gramado, e você sente-se bem. Além de sua cerca - a floresta, a selva. Mas aqui dentro tudo está bem: você planejou tudo.

Foi assim que aconteceu. A sociedade abriu uma pequena clareira em sua consciência. Ela limpou apenas uma pequena parte completamente, e cercou-a. Tudo está bem ali.

Todas as suas universidades estão fazendo isso. Toda a cultura e todo o condicionamento visam apenas limpar uma parte, para que ali você possa se sentir em casa.









A REALIDADE É UMA ILUSÃO

Estamos sempre criando a realidade segundo a nossa falsa percepção. E então você passa a sentir medo. Além da cerca existe perigo. Além da cerca você é, e tal como você é dentro da cerca e sua mente consciente é apenas uma parte, um décimo do todo, o diminuta parcela do seu ser. Nove décimos estão aguardando no escuro onde a realidade se oculta .

E dentro desses nove décimos, em algum lugar, o seu centro verdadeiro está oculto.

Precisamos ser ousados, corajosos. Precisamos dar um passo para o desconhecido.

E por um certo tempo, todos os limites ficarão perdidos, você vai se sentir atordoado. V ai se sentir muito amedrontado e abalado, como se tivesse havido um terremoto.









PRECISARÁ ESTAR SEMPRE TRANQUILO 

Mas se você for corajoso e não voltar para trás, se você não voltar a cair nas armadilhas do ego, e for sempre em frente, perceberá um centro oculto dentro de você, um centro que você tem carregado por muitas vidas. Esse centro é a sua alma, o Eu.

Uma vez que você se aproxime dele, tudo muda tudo se assenta novamente. Mas agora esse assentamento já não é mais feito pela sociedade.

Agora, tudo se torna um cosmos e não um caos e nasce uma nova ordem. Mas essa não é a ordem da sociedade - essa é a própria ordem da existência.

É o que Buda chama de Dharma, Lao Tzu chama de Tao, Heráclito chama de Logos. Não é feita pelo homem. É a própria ordem da existência.

Então, de repente tudo volta a ficar belo, e pela primeira vez, realmente belo, porque as coisas feitas pelo homem não podem ser belas. No máximo você pode esconder a feiura delas, isso é tudo que fazemos. Você pode enfeitá-las, mas elas nunca podem ser belas...

O ego tem certa qualidade: a de que ele está morto, Deus é morto. Ele é de plástico.


NOSSA SOCIEDADE 
É FEITA DE HOMENS DE PLÁSTICO




O EGO É INERTE

E é muito fácil obtê-lo, porque os outros o dão a você. Você não precisa procurar por ele; a busca não é necessária. Por isso, a menos que você se torne um buscador à procura do desconhecido, você ainda não terá se tornado um indivíduo. Você é simplesmente mais um na multidão. Você é apenas uma turba. Se você não tem um centro autêntico, como pode ser um indivíduo?

A AUTO IDENTIFICAÇÃO 
É O PRINCIPAL PROCESSO DO EGO




A MENTE SE TORNOU UM PROCESSO COLETIVO

O ego não é individual. O ego é um fenômeno social - ele é a sociedade, não é você. Mas ele lhe dá um papel na sociedade, uma posição na sociedade. E se você ficar satisfeito com ele, você perderá toda a oportunidade de encontrar o eu. E por isso você é tão infeliz. Como você pode ser feliz com uma vida de plástico? Como você pode estar em êxtase ser bem-aventurado com uma vida falsa? E esse ego cria muitos tormentos. O ego é o inferno. Sempre que você estiver sofrendo, tente simplesmente observar e analisar, e você descobrirá que, em algum lugar, o ego é a causa do sofrimento. E o ego segue encontrando motivos para sofrer...


E assim as pessoas se tornam dependentes, umas das outras. É uma profunda escravidão. O ego tem que ser um escravo. Ele depende dos outros. E somente uma pessoa que não tenha ego é, pela primeira vez, um mestre; ele deixa de ser um escravo.


A TRANQUILIDADE
É PARTE DA TRANSCENDÊNCIA





ESTAR EM PAZ CONSIGO MESMO É ESTAR NA AUSÊNCIA DO EGO

Tente entender isso. E comece a procurar o ego - não nos outros, isso não é da sua conta, mas em você. Toda vez que se sentir infeliz, imediatamente feche os olhos e tente descobrir de onde a infelicidade está vindo, e você sempre descobrirá que o falso centro entrou em choque com alguém.

Você esperava algo e isso não aconteceu. Você espera algo e justamente o contrário aconteceu - seu ego fica estremecido, você fica infeliz. Simplesmente olhe, sempre que estiver infeliz, tente descobrir a razão.

As causas não estão fora de você.

A causa básica está dentro de você - mas você sempre olha para fora, você sempre pergunta: 'Quem está me tornando infeliz?' 'Quem está causando a minha raiva?' 'Quem está causando a minha angústia?' Se você olhar para fora, você não perceberá. Simplesmente feche os olhos e sempre olhe para dentro. A origem de toda a infelicidade, da raiva e da angústia, está oculta dentro de você, é o seu ego.






E se você encontrar a origem, será fácil ir além dela. Se você puder ver que é o seu próprio ego que lhe causa problemas, você vai preferir abandoná-lo porque ninguém é capaz de carregar a origem da infelicidade, uma vez que a tenha entendido.

Mas lembre-se, não há necessidade de abandonar o ego. Você não o pode abandonar. E se você tentar abandoná-lo, simplesmente estará conseguindo um outro ego mais sutil, que diz: 'tornei-me humilde’... Todo o caminho em direção ao divino, ao supremo, tem que passar através desse território do ego. O falso tem que ser entendido como falso. A origem da miséria tem que ser entendida como a origem da miséria - então ela simplesmente desaparece. Quando você sabe que ele é o veneno, ele desaparece. Quando você sabe que ele é o fogo, ele desaparece.









NÃO CRIE TEORIAS PARA TENTAR ENTENDER-SE


Quando você sabe que esse é o inferno, ele desaparece. E então você nunca diz: 'eu abandonei o ego'. Você simplesmente irá rir de toda essa história, dessa piada, pois você era o criador de toda essa infelicidade... É difícil ver o próprio ego. É muito fácil ver o ego nos outros. Mas esse não é o ponto, você não os pode ajudar.



"SIMPLESMENTE AUTOOBSERVANDO-SE"







EU SOU AQUELE QUE EU SOU


Não tenha pressa em abandoná-lo, simplesmente o observe. Quanto mais você observa, mais capaz você se torna. De repente, um dia, você simplesmente percebe que ele desapareceu. E quando ele desaparece por si mesmo, somente então ele realmente desaparece. Porque não existe outra maneira. Você não pode abandoná-lo antes do tempo. Ele cai exatamente como uma folha seca.

Quando você tiver amadurecido através da compreensão, da consciência, e tiver sentido com totalidade que o ego é a causa de toda a sua infelicidade, um dia você simplesmente vê a folha seca caindo... E então o verdadeiro centro surge. E esse centro verdadeiro é a alma, o eu, o Deus, a verdade, ou como quiser chamá-lo. Você pode lhe dar qualquer nome, “aquele que preferir”.